quarta-feira, 30 de abril de 2014

Uma nova aventura!

Apresentação em plena terça-feira à noite. O frio na barriga agora tem outro motivo: será que terá público? Uma das atrizes (Thuane Campos) ainda está na estrada. E se não der tempo de chegar? Quem vai substitui-la? Talvez tenha um pai no lugar da mãe. A ansiedade vai aumentando. E nessa ansiedade, aproveitando o camarim com suas luzes no espelho! Aquele tipo de camarim que todo artista gosta e merece. Canção no camarim. Passagem de luz com nosso querido Diego Mello. E chega a Nalva, chega Fernanda e Camila...e ela? Cadê Thuane, onde está? Em plena terça, coração na mão?!  - Será que vem muita gente? Testas franzidas. A espera dela e do público. Todo mundo no palco pra aquecer. Enquanto isso. Diogenes em busca da Thuane na estação!! Sete quinze... Sete vinte..... Aí aí..... Cada barulhinho feito pela porta, todo mundo olhava:
- Será que é ela? 
- Ainda não. 
- Si... Fu... Xi... Pá 
- Agora é ela... 
- Não... Não é... Sete meia... Sete quarenta... 
- Tem muita gente lá fora? 
- Gente... Cadê a Thuane? 
Todos no camarim. E nada dela, meu Deus. Até que lá no fundo do corredor às sete e cinquenta e cinco... Chega ela correndo:
 - Aqui aqui. Cheguei. 
- Senta aqui. Vou fazer sua trança! 
- Tô com fome! 
- Alguém pega uma maçã pra ela!!
 Uma faz a trança, a outra a maqueia e o outro entrega a maçã e ela diz:
 - Tô me sentindo diva! 
- Bora gente fazer a Reza!!!
Cinco minutos todo mundo no palco! "Sou alegre, perfeito e forte. Eu tenho fé e muita sorte!" E o pensamento: 
- Será que o público chegou? 
Não vamos começar no palco. Vamos pra fora entrar junto com o público. E quantas pessoas estão lá fora? A procura por Orfeu se inicia. Elenco misturado com o grande público (sim tinha muitas pessoas lá fora a espera) Ei, você viu o Orfeu? Parece que ninguém por aqui sabe onde ele está. Abre-se as portas. Toca a terceira campainha. O público preenche quase todas as cadeiras do teatro. A gente é surpreendido pela quantidade de jovens presentes. Sorriso no rosto. Emoção. Empolgação!!! Foco! Ali está nosso Jorge Alves, "Abre peça", iluminado de luz e da sua própria luz grita o seu Bordão "Orfeeeeeeeeeuuuu". A bumba toca e de um por um, cada personagem pisa no palco! Canção começa e surpreendidos de novo! Aplaudidos na primeira música!!! A peça continua. Risos veem da plateia o tempo todo. Momentos de tensão nas falas de Aristeu. Eram silêncios, risos, olhos atentos o tempo todo.
 - Eu não toquei o pandeiro!!!
- Mas nós ouvimos, não ouvimos?! 
Plateia: - Sim!!! 
Plateia cruel e totalmente envolvida na história. Textos finais, última música. Nós ali cantantes e vibrantes! Mãos dadas, jogadas ao ar e o som dos aplausos. Era energia pura, sorrisos sinceros de satisfação do elenco e da plateia. Hora do debate. Muitas mãos levantadas, querendo perguntar. E nós ali preparados pra responder. De jovem para jovem, perguntas e respostas. As perguntas eram sérias. Público de teatro curiosos sobre questões tecnicas. Agradecimento, reflexão, luz e voz. E o choque:
- Como assim essas duas meninas escreveram essa peça em um mês?!
- Nem eu acreditei ao lembrar disso de novo, diz Andreza em sua mente! 
O jovem tem potência. Tem que saber e ter curiosidade. E curiosidade do saber! E ela se manifesta: 
- Gente, eu tenho que ir, moro lá em vargem grande!
Nossa mini dramaturga se levanta timidamente e é aplaudida ao sair. Um sinal de "Vai com cuidado". Continuado debate fomos todos aplaudidos e sentimos o agradecer da plateia. Com aquela energia, parecia reestréia! Nós ali no camarim ainda de coração na mão de comentários: 
- Gente hoje deu tudo certo!! 
- Fomos aplaudidos na primeira música!!!! 
Arrumada as coisas, hora de seguir a pé, com a peça debaixo do braço! Todos tão exaltos, mas a felicidade era maior. Preenchia qualquer dor de cabeça! Ao chegar em casa, dormir de corpo cansado e de maquiagem na cara! Mas de sorriso no rosto! E acordar no dia seguinte ainda com a trança no cabelo e a sensação de missão cumprida!

Andreza Rodrigues e Thuane Campos

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